quinta-feira, 22 de março de 2018

O FUNERAL DO SR. CONSELHEIRO JOSÉ LUCIANO DE CASTRO

O funeral do Sr. Conselheiro José Luciano de Castro revestiu-se de uma grande pompa e constituiu uma enorme manifestação de saudade por parte dos seus amigos, pessoas e políticos.
O finado tinha declarado que desejava (que) fosse muito singelo o seu enterro não querendo de forma alguma exteriorisações de magnificiências em coches funerários, em corôas, em largos prestitos.
Não poude perdurar a sua vontade alem tumulo porque os seus amigos e antigos correliguionários deram com a sua presença uma grande imponencia ao funeral.
A Anadia viu chegar pessoas de todos os pontos do paiz que iam prestar a sua homenagem ao cadaver do antigo chefe do partido progressista.
Funeral de José Luciano de Castro
Ilustração Portuguesa, n.º 422, 1914
Foto Dôra, Arcos, Anadia

Foi, pois, muito concorrido o prestito que as irmandades d' Arcos, Moita e Mogofores abriram seguidos por um numeroso grupo de sacerdotes. O caixão, que os servos do extinto conduziam, ia coberto de violetas com uma grande cruz de camélias. A multidão era enorme nas ruas a vêr passar o cortejo, seguindo-o depois até ao Cemitério do Crasto onde o corpo foi depositado e à porta do qual falou o Sr. Francisco Beirão em nome da Academia de Ciências e da Associação dos Advogados. O grande orador António Cândido que fez o elogio político do finado, orando depois aos srs. Luiz Ferreira e conde de Agueda.
O Sr. D. Manuel de Bragança e sua mãe foram representados no funeral pelo Sr. Conde de Sabugosa. O governo enviou pezames á familia do conselheiro José Luciano de Castro assim como o sr. José Luciano de Castro e outros vultos republicanos.
Um dos primeiros telegramas a ser recebido foi o do Sr. Presidente da República, no qual o sr. dr. Manuel d' Arriaga enviava as suas condolências.

ÁGUA DA FONTE DE SULA - BUSSACO - PURÍSSIMA - 1916

Ilustração Portuguesa, 2.ª Série, n.º 533, 1916

FESTA DE CARIDADE NA CURIA - 1916

Festa de Caridade na Curia - A Srª Dona Georgina da Conceição Macedo, Dona Maria Antónia Corte Real Moraes e Dona Ida Alice Rosa de Moura, que tomaram parte nessa festa

Ilustração Portuguesa, 2.ª Série, n.º 533, 1916
foto Dóra, Arcos, Anadia

CURIA - ARRAIAL DA BAIRRADA - FESTAS DAS VINDIMAS

As festas da Curia marcam sempre pelo seu brilhantismo e distinção. Alexandre de Almeida e seu filho Gil são a alma de todas estas organizações, mantendo um tradição que muito honra o turismo nacional. 

Desde os campeonatos desportivos, a cargo do Curia Palace Sports Clube, aos populares arraiais da Bairrada e a Festa das Vindimas agora realizados, bem como os correspondentes jogos florais, tudo ali se junta, para que a Curia seja, na realidade, um ponto de convergência e atracção dos vereneantes e turistas. 

Festa das Vindimas na Curia - Revista Vida Mundial Ilustrada, n.º 351, 23-09-1944

Com a sua magnífica piscina e seus belos campos de ténis, rodeados da paisagem encantadora, a Curia pode considerar-se, na verdade, a estância ideal de desporto, repouso e diversões.

PETROLINE - FADO D' ANADIA

Armandinho, é considerado, para muitos o maior guitarrista português de todos os tempos. Não entraremos nessa discussão ( até que porque somos demais adeptos da familia Paredes...). Facto pouco conhecido é que Armandinho, teve como mestre Luís Petrolino ( também chamado de Petroline),  cuja biografia pouco se conhece.

Para a história ficam apenas 4 gravações registadas em vários discos de um face ( ou acoplados em discos de duas faces). Um legada rarísismo, do qual consta o " Fado d' Anadia", de autoria de José Maria dos Cavalinhos.


Petroline - Fado d' Anadia
Disco Beka n.º 5184
Lisboa 1904 (?)

Uma diversão tauromáquica em Anadia - 1919 - Curia

" A Curia, o canteiro mais florido da Bairrada, onde há uma estancia de águas medicinais afamadas do norte ao sul do paiz, acaba de ser dotada com uma Praça de Touros que é dirigida pela Empreza Tavares, Vicente & Cª.
A inauguração desta Praça realizou-se no dia 25 de Julho, tomando parte na lide os mais laureados artistas do Campo Pequeno, como Teodoro Gonçalves, Falcão de Vila Franca, Agostinho Coelho e Francisco Rocha, a quem couberam as honras da tarde e o arrojado espada Alfero. A falta inesperada de José Casimiro por motivo de doença, causou algum desânimo mas nem por isso a corrida deixou de ser explendida.
No dia 3 houve na mesma Praça uma garraida que nada deixou a desejar tanto em gado como em artistas. A Praça estava á cunha como se vê nas fotografias, ficando demonstrado que é relativamente pequena, apezar da sua lotação ser de 3.000 pessoas aproximadamente, pois além das muitas pessoas que não puderam entrar, temos a notar a irregularidade dos comboios que fez com que muitas pessoas não viessem. Porém vai ser ampliada. Nesta garraiada tomou parte o célebre António Preto e a sua troupe e bandarilharam os melhores noveis do Campo Pequeno. Tourearam a cavalo o arrojado e destemido Miguel Bombarda e o distinto amador José Maria d' Almeida.--------------J. Rolo



Touradas na Curia - Ilustração Portuguesa, II Série, n.º 796
Clichés de A.S. Martins, da fotografia Dóra, de Arcos Anadia

AVELINO BAPTISTA - FADO ANADIA





Tudo indica que o 4.º conde de Anadia, José Maria de Sá Pereira Menezes Pais do Amaral, à epoca da sua morte, não vivesse em Anadia. Aliás, o próprio Palácio dos Condes de Anadia, foi edificado em Mangualde. No então, dúvidas não existem que a origem dos primeiros condes de Anadia, é efectivamente em Anadia.



Segundo reza a lenda, e conforme texto que retiramos da blogosfera, o 4.º conde da Anadia morreu aos 31 anos, em 1870, deixando três filhos e muita saudade nos que com ele privaram. Quatro anos depois, em 1874, o guitarrista José Maria dos Cavalinhos compôs um fado a que chamou Anadia, em sua homenagem. Cesária cantou-o e a música tornou-se um clássico.

Avelino Baptista - Fado Anadia
Disque pour Gramophone G.C.-62908
1903 - Lisboa


E é assim com este pequeno texto que ( repetimos, não é da nossa autoria), iniciamos este blogue, com a imagem de um simbólico disco da nossa colecção, sendo talvez, em termos de iconografia, uma das imagens mais representativas da inografia anadiense.


Este terá sido o segundo fado " Anadia" registado em disco, no ano de 1903 em Lisboa. O primeiro, cuja gravação não dispomos, foi registado no Porto em 1900, aquando da primeira sessão de gravação de discos em Portugal, por Reynaldo Varella.