O funeral do Sr. Conselheiro José Luciano de Castro revestiu-se de uma grande pompa e constituiu uma enorme manifestação de saudade por parte dos seus amigos, pessoas e políticos.
O finado tinha declarado que desejava (que) fosse muito singelo o seu enterro não querendo de forma alguma exteriorisações de magnificiências em coches funerários, em corôas, em largos prestitos.
Não poude perdurar a sua vontade alem tumulo porque os seus amigos e antigos correliguionários deram com a sua presença uma grande imponencia ao funeral.
A Anadia viu chegar pessoas de todos os pontos do paiz que iam prestar a sua homenagem ao cadaver do antigo chefe do partido progressista.
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| Funeral de José Luciano de Castro Ilustração Portuguesa, n.º 422, 1914 Foto Dôra, Arcos, Anadia |
Foi, pois, muito concorrido o prestito que as irmandades d' Arcos, Moita e Mogofores abriram seguidos por um numeroso grupo de sacerdotes. O caixão, que os servos do extinto conduziam, ia coberto de violetas com uma grande cruz de camélias. A multidão era enorme nas ruas a vêr passar o cortejo, seguindo-o depois até ao Cemitério do Crasto onde o corpo foi depositado e à porta do qual falou o Sr. Francisco Beirão em nome da Academia de Ciências e da Associação dos Advogados. O grande orador António Cândido que fez o elogio político do finado, orando depois aos srs. Luiz Ferreira e conde de Agueda.
O Sr. D. Manuel de Bragança e sua mãe foram representados no funeral pelo Sr. Conde de Sabugosa. O governo enviou pezames á familia do conselheiro José Luciano de Castro assim como o sr. José Luciano de Castro e outros vultos republicanos.
Um dos primeiros telegramas a ser recebido foi o do Sr. Presidente da República, no qual o sr. dr. Manuel d' Arriaga enviava as suas condolências.

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