1843 - Certidão de Baptismo de Manoel Alves
Aos quinze dias do mês de Outubro de mil oito centos e quarenta e trez nasceo no lugar de Valeboi Manoel que baptisei a vinte e um do dito mes e anno, filho de Constança solteira e de pai incógnito. neto materno de José Alves e de Rosa Maria e de avô incógnito
( o Prior José Alves de Oliveira)
1901 - Certidão de Óbito de Manoel Alves
Aos vinte e quatro dias do mez de Julho do ano de mil novecentos e um, ás doze horas da manhã, no logar de Valle do Boi desta freguesia de S. Thiago da Moita, concelho de Anadia, Diocese de Coimbra, falleceu, tendo recebido o sacramento da Penitência, um indíviduo de sexo masculino, com o nome de Manuel Alves Simões, d' idade de cincoenta e oito anos, solteiro, jornaleiro, natural e morador no dito logar, filho illegitimo de Constança de Jesus, solteira, jornaleira, também de Valle do Boi, o qual não fez testamento, não deixou filhos e foi sepultado no cemitério público desta freguesia.(....) O Padre Serafim Martins.
É o Alves que canta agora,
Senhores dai-me atenção,
Vou cantar duas cantigas
Daquelas que melhor são.
O meu canto principio,
Visto que assim me pertence;
Mas não quero que alguém pense
Que venho em desafio...
Nem eu mereço elogio
Da gente que está de fora,
Nem minha voz é sonora,
Nem tem tal delicadeza...
Sei só dizer com certeza:
É o Alves que canta agora.
Esta pouca inteligência
Que de mim estais a escutar,
Se ela vos incomodar,
Ouvi-me com paciência.
Bem podia a Providência
Fazer-me outro Salomão!
Mas faltando esse condão,
Peço aqui, seja a quem for,
Por especial favor:
Senhores, dai-me atenção.
Eu tenho lido na história,
Profana, como sagrada;
Mas o ler não vale nada
Ao que é falto de memória.
Nem tu, do canto ó vitória,
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| Transcrição da época de um poema de Manoel Alves. |
De notar que Manoel Alves, era analfabeto. A transcrição do poema acima referido nunca será do próprio Manoel Alves. Provavelmente trata-se de uma cópia manuscrita do livro coligido por Thomz da Fonseca " Manoel Alves - Versos de um cavador"